7 de setembro de 2005

O modo-de-ser das imagens

Filme fragmentado de mim mesma.
Imagens congeladas. Fotografias a aprisionar acontecimentos e pessoas num quadro diminuto, e estou lá, eu principalmente, a guardar sentimentos que não podem mais ser resgatados ou compreendidos. Na verdade, representam a morte do tempo já vivido, talvez do espaço também. Vejo imagens soltas como parte de mim que se perdeu no tempo. Emoções enquadradas, coloridas ou em preto e branco. Ilusão. Basta olhar para o velho papel de gelatina e perceber, a emoção sentida naquele flash de segundos não é a mesma desse momento. Nunca poderia ser. Ainda há luz. Do que estou a falar? Eu não sei. Lógica confusa e sem emoção verdadeira. Incerto, caminho em sua direção.
Imagens simulacradas de mãos dadas com o modo-de-ser da finitude.

Anna K.

Exercício literário

1997