13 de julho de 2005

Algo esquecido é forma de sobrevivência

_ Espíritos-livres não acumulam relacionamento. São fiéis a si, mas isso não significa in-fidelidade.
_ A infidelidade faz parte da dinâmica da coisa, é assim, cada um com seu segredo.
_ Vida como 'coisa'? Felicidade? O resto é moira.
_ O quê? Moira _ tornei a dizer_ o destino que paira sobre a humanidade e depois delicadamente em cada um de nós de formas diferenciadas dentro de um círculo de eterno retorno. As coisas vêm e vão, é a lei do retorno, círculos dentro de outros mais.
_ Não seria em espiral?_ brincou.
_ Talvez, depende da moira.
Percepções ignoradas há muito tempo não devem ser tocadas novamente. Algo esquecido é modo de sobreviver, uma vez assim, poupe-se e esqueça.
Karenina & a Intransigência com as "coisas"

Convencional?

Não, não tenho mais interesse
Em produzir?
Não, de forma alguma, em ser 'convencional'.

Convencional? As pessoas acreditam que sê-lo é ter a segurança e a possibilidade de poder amparando suas vidas, ao longo delas, acreditam que pensar, agir e, muito mais, sentir de forma como todo mundo se conduz é olhar para a felicidade bem de perto. Se todos procurassem o mínimo que fosse de in-comum para si mesmos, o mundo, então, seria diferente. É decepcionante ver as pessoas caminhando pelas ruas enterradas em um ir-e-vir a levar para lugar algum. E no entanto todos seguem os primeiros que insistem em ir a nenhum lugar. E que se iludem que vão chegar. Para isso existe o homem? Para fingir que vive neste e ir e vir que nada acrescenta? 'Aprender' a se tornar um ser humano antes de proclamar-se um deles. Pretensão. Transcender-se. Transcender seu corpo e sua razão. A rotina de todos vai em outra direção. E os filósofos ainda não conseguem explicar a palavra transcender. É porque estão ainda em suas rotinas_ ou estão ainda em suas próprias retinas?
Karenina & os delírios de 1995