10 de julho de 2005

Nada de crianças em casa

_ Tua sensibilidade, teu coração são teus guias.
_ Não, minha consciência é meu guia. Mas não a conheço.
_ Acho bonito isso em ti, Anna, não nascem mais, hoje em dia, crianças cheias de sentimentos e emoções.
_ Não é muito inteligente educar os filhos para serem cheios de sensibilidade, seria como jogá-los neste mundo para serem destruídos, seria como esmagá-los com mãos futuras de pessoas desconhecidas. Não há espaço para pessoas sensíveis. Os pais desde cedo se empenham para destruir isso nos seus próprios filhos para evitar que mais tarde o mundo não os destrua por tanta sensibilidade. Mas esquecem que aquilo que procuram esmagar dentro de seus filhos é muito mais importante do que aquilo que o mundo faria com eles se pensassem em alimentar dentro de si suas próprias emoções. Então, não vou ter um filho, se não poderá amar o belo do ser humano, prefiro não tê-lo. Não seria justo privá-lo de algo assim, mas também não é justo esperar que sofra por não ter o direito de viver sua sensibilidade.

Nada de crianças em casa.

05 de setembro 1995