16 de agosto de 2005

Tempo para dormir

Tempo possuído. Tempo do que sei que possuo. Veio tarde, já muito tarde. Não poderei oferecer o que a vida já lhe deu. Demorei para definir o sentido da tristeza quando o conheci: o presente a ser vivido por mim já fora vivido por ele, agora passado. Ciúmes do passado? Sonhos de inquietação literária, agora talvez passem pelo amor. Distante, o muito tarde. As minhas próprias palavras pareciam ter um querer breve, mas no momento eram somente palavras. Chegará o tempo que não serão só isto. Haverá uma linda história a ser contada.

Tudo tem seu tempo. Há tempo para dormir e para acordar. Existe no longo período de sono, quando andamos por lugares que o tempo ainda não nos pode revelar, um tempo que revela mais do que o amor ou a lucidez, sabe o que faz.
Anna K.
1996