8 de julho de 2005

Dê-me um daschund

Dê-me um daschund
e terei um ser que sabe ter emoção sem dissimular.
Serão, os cães, também neuróticos?

Karenina & o Amor Incondicional à Pan

O mundo dos segredos absurdos a comandar a Vida de Todos

Nossa parte consciente parece saber muito pouco sobre as coisas mais profundas do nosso ser, aquelas que estão lá no nosso inconsciente. Este não as passa para nosso ‘eu desperto’ pois nosso eu não é suficientemente forte para tanto, então vem o reprimir-se só que esta repressão do ‘in’ para o ‘con’ se disfarça sob o pseudônimo de neurose na maior parte das vezes. Não sabemos entre tantas atitudes quais as que são ou não oriundas de neuroses, logo não temos como saber o que escondem. Isto é, nossa parte ‘in’ vive de um mundo secreto sem o qual provavelmente morreria, alimenta-se disso circularmente e a neurose vem disfarçada como se não tivesse aparentemente nada a associar com ‘aquilo’ (Freud chamou de ‘isso’) que a originou. A neurose é uma conseqüência dos segredos, segredos nossos mas velados também para nós. Não é absurdo?
Não há escolha.
Para os freudianos ou para os neuróticos?
Se não nos é dado saber o que elas escondem de nós mesmos é porque deve haver um motivo intenso, o não-enlouquecer? Mas de quem? Da parte ‘in’ ou da parte ‘con’?
Talvez o fato de não termos acesso a tudo isso não nos deixe viver integralmente. Como posso me conhecer, compreender minhas angústias, sentimentos, atitudes, se uma parte de mim mesma não se revela para mim? A parte mais ‘profunda’ de meu ser não admite se revelar à parte que se mostra e que me conduz no mundo. Como posso viver bem se uma parte se nega a viver comigo? Se omite. Usa disfarces. Dissimula angústias ou as cria. E nem ao menos diz o porquê?

Setembro de 1995

Segundo Freud o funcionamento secreto de nosso in-consciente penetra no interior do funcionamento da mente onde a mesma tem,, em todo temor, um desejo reprimido. Mas por que fundamentar o lado não-bom, não-feliz, não-suave de um ser humano em ‘segredos’ (funcionamento secreto do ‘in’) de uma parte ‘obscura’ (o próprio ‘in’) de uma frustração por algo não vivido (os desejos reprimidos)?
É a tríplice aliança esquizóide-metafísica dos freudianos, só pode ser, só pode ser.

Setembro de 2005

Karenina & os 10 anos "concluídos" de secretos funcionamentos em obscuridade absoluta e in-dizível. É o mundo dos ‘ins’ a me cercar. Mas, que absurdo.